A BELEZA DA ORAÇÃO CONSISTE NO FACTO DE QUE O ABRIR DO NOSSO CORAÇÃO É TÃO NATURAL COMO O DESABROCHAR DE UMA FLOR. PARA QUE UMA FLOR ABRA E FLORESÇA BASTA ESPERAR; PORTANTO, SE ESPERARMOS, SE NOS AQUIETARMOS E ASSIM PERMANECERMOS QUIETOS E SILENCIOSOS, O NOSSO CORAÇÃO ESTARÁ INEVITAVELMENTE ABERTO E O ESPÍRITO BROTARÁ DENTRO DO NOSSO SER. FOI PARA ESTE FIM QUE FOMOS CRIADOS. JONH MAIN, OSB (1926-1982)

terça-feira, janeiro 02, 2007

Leitura da Semana (31/12/2006)

A meditação é…sacrifício e louvor: o sacrifício do louvor. Praticar a meditação é o único caminho para aprender o que a meditação significa e como seu significado é muito mais do que parece para aqueles que querem frutos a curto prazo. Ao aprendermos a meditar entendemos como devemos dizer o mantra e a maneira como dizemos o mantra faz-nos mudar interiormente e assim aumenta o nosso nível de consciência permintindo assim saber lidar melhor com as dificuldades do dia a dia. Devemos dizer o mantra sem impaciência, sem força ou qualquer outra intenção de violência.
O objetivo do mantra não é o de impedir pensamentos. Não é um bloqueador. Se pensamentos nos atacam enquanto meditamos, damos lhe a outra face. Ao dizer o mantra suavemente, aprendemos com ele quem é gentil e humilde de coração. Quando o mantra nos conduz à pura, espaçosa e sem limites, mente de Cristo, para além da nossa auto-consciência , para o verdadeiro silêncio quando o mantra mesmo torna-se silêncio, nós não cronometramos sua duração ou registamos a experiência para futuras análises. Nós seremos transformados. Nossa vida diária se tornará o comentário sobre nossa oração. Nossa oração não mais consistirá em um comentar infindável sobre nossas vidas. Nós mesmos nos tornaremos oração permanente, que é o objectivo da via cristã.
Hoje, ao terminar esta carta em Londres, nossa comunidade de meditação em todo mundo está a recordar a morte de John Main. Para cada nascimento haverá uma morte e para cada morte haverá um nascimento. O nascimento e morte de Jesus foram eventos que transformaram este modelo universal. Nós lembramo-nos do nascimento de Jesus apenas pela vida que ele vive em nós através da ressurreição. A luz da ressurreição consome o modelo de vida e morte e nos permite ver o tempo todo, todos os seus modelos recorrentes, no presente momento do cuidado de Deus com toda criação. A encarnação transcende toda reencarnação.
Assim, hoje próximo de lembrarmos o nascimento de Jesus, recordamo-nos da morte de um dos seus discípulos devotados. Podemos nos lembrar com gratidão pelo que nos ensina sobre os mistérios em aceitar as surpreendentes e, muitas vezes dolorosas, pontualidades do Espírito em negócios humanos. Não podemos separar a dádiva da meditação, que veio para tantas vidas através dos ensinamentos de John Main do homem propriamente. Nem podemos identificá-la com ele. O que ele ensinou foi o que o Espírito lhe ensinou. Ele mostrou-nos que a melhor maneira de receber um presente é a de compartilhá-lo. Este é o mistério da vida que tanto o nascimento quanto a morte nos ensinam.