A BELEZA DA ORAÇÃO CONSISTE NO FACTO DE QUE O ABRIR DO NOSSO CORAÇÃO É TÃO NATURAL COMO O DESABROCHAR DE UMA FLOR. PARA QUE UMA FLOR ABRA E FLORESÇA BASTA ESPERAR; PORTANTO, SE ESPERARMOS, SE NOS AQUIETARMOS E ASSIM PERMANECERMOS QUIETOS E SILENCIOSOS, O NOSSO CORAÇÃO ESTARÁ INEVITAVELMENTE ABERTO E O ESPÍRITO BROTARÁ DENTRO DO NOSSO SER. FOI PARA ESTE FIM QUE FOMOS CRIADOS. JONH MAIN, OSB (1926-1982)

segunda-feira, outubro 30, 2006

A Oração como Encontro

Leitura da Semana 30/10/2006

Reunião de Cristãos e Mulçumanos" Laurence Freeman OSB, The Tablet, September, 2006.


Quando Caim estava para a assassinar seu irmão, estava imerso em "tristeza e raiva" - a reação visceral a qualquer sentimento de rejeição. Deus intervém e pergunta-lhe "porque é que estava triste e zangado?"-(...) Entretanto, Deus diz algo que tem sido negligenciado: a dimensão transcendental da religião. Deus pede a Caim para esperar e, dominar o demônio "que espreita à porta", ou ele irá superá-lo. A prece está à espera. Ela é parente da coragem da não-violência, que Gandhi disse disputar o mais elevado tipo de força. A transcendência nasce dessa profunda paciência. A paciência não é apenas deixar de interromper alguém, ou não nos irritarmos com o comboio que atrasa, ou não dar um murro no computador quando ele bloqueia. Controlar a impaciência é uma prática da verdade mais profunda da virtude da paciência. (Seu significado torna-se mais claro, quando o vemos na palavra "paixão" - tal como na "paixão de Cristo".
Por mais estranho que pareça, existe paixão na espera. Nossos interlocutores monásticos e acadêmicos na conferência ["Oração como Encontro. Uma Reunião de Cristãos e Mulçumanos"] ilustraram isso através de muitos escritores místicos de nossas tradições - Católicas e Sunitas, Ortodoxas e Shiitas - cujos diversos temas se harmonizavam na experiência essencial de todas as preces - o amor. Religiosos facilmente negligenciam o óbvio, e, isto é o que devemos lembrar do mais óbvio e, do mais necessário. A falta de amor de quem nada sabe de Deus. Isto não é uma argumentação metafísica, mas, o argumento do coração. Isto é ensinado por nossa mais universal experiência humana, desde o início da vida e, sem o que a vida se torna insuportável. O amor é transcendência, é o reajustamento da consciência através da paciente atenção ao próximo. Os pais os casais fazem isso, também os religiosos devem fazê-lo caso queiram ser genuínos.
A maneira que como oramos é a maneira que como vivemos. Nós vivemos no poder da transcendência através da prece profunda. Não apenas salat e liturgia, mas, contemplação. Todo o propósito desta vida, segundo Santo Agostinho, é abrir o olho do coração, através do qual vemos Deus. A transcendência torna-nos mais humanos porque cumpre esse projeto humano. O meio é o que a religião nos ensina, caso não se o confunda com o fim: espera, paciência, imobilidade e, particularmente importante nessa era de comunicação instantânea, o silêncio. [.....] Nós rezamos o salat e recitamos preces cristãs. Mas, também nos sentamos em silêncio para a meditação – ela é a prece do coração, eles a chamam dhikr. Isto reduz muitas palavras a uma palavra em uma rica pobreza de espírito. Nesse silêncio alcançamos uma universalidade a que as palavras usualmente servem apenas para apontar-lhe a direção. Não se trata fuga, mas, de abraçar a realidade divina que ambos conhecemos como amor. Os relacionamentos são modificados por essa experiência do silêncio na transcendência, de um modo que as palavras não conseguem promover. Vivemos juntos de uma nova maneira, quando juntos fomos pacientes no silêncio do amor.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Tempo e Realidade: John Main

O amor ensina-nos a relação entre tempo e eternidade.
A experiência da oração é uma entrada para a eternidade de Deus - no agora.
Na meditação ficamos vivos no presente com a vida de Cristo. Somos vivificados com a vida de Cristo. Aprendemos que o que é eterno não está a ultrapassado mas é o próprio presente.
Passado, presente e futuro estão unidos na centralidade do momento presente, do agora. É importante termos a correcta percepção de tempo e eternidade. A meditação conduz-nos para a experiência do profundo enraizamento no momento presente.
Por estarmos completamente unificados com Cristo no momento presente na oração, transcendemos as limitações de nossa própria divisão. Sabemos por nossa própria experiência de vida que encontramos algo muito parecido com isto quando somos um com a pessoa que amamos.
Transcendendo-nos neste amor nos reconhecemos em um contexto mais amplo de um outro amor por nós e de nosso amor por outro.
Na oração ultrapassamos nossas limitações e ingressamos na experiência do amor de Cristo por nós. Essa é sua graça, sua dádiva a nós. È o que deseja compartilhar conosco.
Pode parecer arrogante dizer que experimentamos isso, ou fantasia metafísica. E seria, não fosse o convite que Cristo nos estende agora - nesta vida que vivemos, não no futuro, mas agora.
Aprender a estarmos vivos mostra-nos plenamente que deve haver constante desenvolvimento individual. O convite da vida é crescermos, desenvolvermo-nos e amadurecermo-nos. Um elemento da maturidade é a capacidade crescente de estarmos no momento presente o mais possível. De um modo pacífico e com amor. Por esta razão a meditação é tão importante para nós, por isso a nossa aprendizagem revela-se nas práticas diárias

terça-feira, outubro 10, 2006

Curso de Iniciação à Meditação Cristã

Aqui vai a primeira palestra do Curso de Meditação Cristã que teve lugar no dia 30 de Setembro no Centro de Reflexão Cristã em LIsboa e foi proferida pela Maria José Salema".



1ª Sessão : O QUE É A MEDITAÇÃO CRISTÃ?



1. Introdução

Gostaria que as minhas palavras fossem acolhidas, essencialmente, como um testemunho.
É que a série de encontros que hoje se inicia foi pensada como uma partilha : a partilha do dom da meditação. São, pois, essencialmente, testemunhos de alguns dos meditantes
mais antigos que se propõem transmitir-vos o ensinamento essencial de John Main, também como uma experiência de vida, que actualmente é já partilhada por uma grande comunidade espiritual, com cerca de 3000 grupos que se espalham pelos cinco continentes. Foi, justamente, a sensação que tive no passado mês de Agosto na Malásia, onde participei, com mais uma portuguesa, a Maria Fernanda Paz, no retiro (Harmonia da Alma) e no Seminário John Main 2006 ( O Fogo do Silêncio através da Música e dos Místicos) e, a seguir, na peregrinação a Kuala Lumpur, ao local onde John Main teve o primeiro contacto com o monge hindu, o Swami Satyananda, que o iniciou na prática da meditação.

Na introdução ao pequeno livro, Uma Pérola de Grande Valor que, como quase todos sabem, é uma das bíblias dos praticantes da Meditação Cristã, Laurence Freeman chama-nos a atenção para a SIMPLICIDADE desta forma de oração. Ouçamo-lo : “Não há nada mais simples do que a meditação”. Ele sublinha, por isso, que, para aprender a meditar, não são necessários muitos conhecimentos sobre Meditação, pois ela nada tem de complexo : “Para meditar não é preciso aprender teorias complicadas ou ser-se exímio em qualquer técnica. Muito simplesmente, apenas se nos pede fidelidade – e fidelidade à simplicidade”. Claro que acrescenta que, como muito bem sabem os que se iniciaram nesta prática espiritual há mais tempo, “ser simples não é fácil”. É por isso que precisamos do apoio uns dos outros, quer nos grupos, quer em encontros como estes, e que precisamos de “inspiração para perseverarmos no que é uma DISCIPLINA SIMPLES MAS EXIGENTE”.

Eu conheci a Meditação Cristã ao ler A Bondade do Coração, título da tradução portuguesa do livro The Good Heart - A Buddist perspective of the teaching of Jesus, que reune os comentários do Dalai Lama a alguns excertos do Evangelho, por ocasião do encontro inter-religioso entre este grande mestre espiritual contemporâneo e os participantes do Seminário John Main, realizado em Londres em 1994.
Confesso que a ideia de uma oração contemplativa me seduziu imediatamente, pois era uma dimensão da oração que vinha ao encontro da minha busca de realização espiritual. Desde então, posso dizer que, dentro das limitações da minha condição de pecadora claro está, experimento na minha vida um sentido mais profundo da realidade divina, da presença de Deus, na sua Trindade, um sentido mais profundo da comunhão espiritual que me une a cristãos e não cristãos na procura do Reino de Deus, no acolhimento dos seus dons, dons de amor, de alegria, de paz, de plenitude.


2. Origem da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã. Objectivos da Oração Contemplativa

A prática da meditação cristã tem as suas raízes na tradição da Igreja. Deve-se a John Main, um monge beneditino irlandês (1921-1982), a redescoberta desta tradição contemplativa. A autora do prefácio de uma das suas obras (que para nós é também de cabeceira) A Meditação Cristã - Conferências de Gethsémani ( nome da Abadia dos E.U., no Kentucky, onde foram proferidas), Linda Nantel, realça o seu papel precursor e profético :

John Main fez-nos redescobrir o valor e a beleza de uma dimensão da tradição cristã durante muito tempo ignorada ou ocultada. Ele acreditava convictamente na vocação contemplativa de todo o ser humano.
O seu génio terá sido convencer-nos de que era possível fazer-se uma caminhada espiritual autêntica e profunda sem deixarmos de ser cristãos comuns que vivem e trabalham no mundo ( p.7).

Mas, em que consiste, afinal, esta forma de oração?

Nas conferências que, fez, em 1976, aos monges da comunidade cisterciense, a que me referi, John Main sublinha que

O objectivo da oração cristã é permitir que a presença misteriosa e silenciosa de Deus em nós, ou seja, presença que já está dentro de nós, se torne não apenas uma realidade (…), mas a realidade que dá significado, forma e razão de ser a todos os nossos actos, afinal, a tudo o que somos e fazemos ( 2ª Conferência, p.33).

“Pela oração contemplativa, nós encaminhamo-nos” – acrescenta ele –

para a experiência plena e total da presença íntima de Jesus em nós, (…), encaminhamo-nos para a plenitude de vida da Santíssima Trindade no mais íntimo do nosso ser ( 2ª Conferência, p.29).

E, mais adiante, diz :

Ao meditarmos, a nossa intenção não é pensar em Deus, no Seu filho Jesus ou no Espírito Santo. Quando meditamos, procuramos fazer algo incomensuravelmente melhor: procuramos estar com Jesus, estar com o seu Espírito Santo; não procuramos, prioritariamente, pensar em Deus ( 2ª Conferência, p. 32).

Trata-se de uma experiência de pobreza espiritual, tal como a pobreza do Evangelho, donde, afinal, tudo isto vem, a pobreza das bem-aventuranças, a pobreza do próprio mantra, a curta palavra-chave sagrada que apenas temos de repetir, continuamente, fielmente, na fé , conscientes de que, como nos lembrava em Junho o Padre Lino, nos entregamos a Deus, nos deixamos conduzir por Deus, numa aventura interior em que é Ele que tem a iniciativa.Exactamente o que nos diz, no século XIV, o místico inglês autor de A Nuvem do Não Saber , a terminar o capítulo XXXIV da sua obra, “Deus dá livremente, e de forma directa, a graça da contemplação, que não se pode alcançar através de nenhum meio” :

Em suma : deixa esse algo a que me refiro actuar em ti e conduzir-te para onde lhe aprouver. Que ele seja activo, e tu meramente passivo. Olha simplesmente para ele, e deixa-o agir por sua conta. Não te intrometas, como se quisesses ajudá-lo, para que não suceda que deites tudo a perder. Sê tu apenas a madeira, e seja ele o carpinteiro; sê tu apenas a casa, e seja ele o feitor que nela habita (…). Basta que te sintas agradavelmente impelido por algo indefinível, e que nesse teu impulso não haja nenhum pensamento em especial acerca de qualquer coisa inferior a Deus, e que a tua intenção se dirija nuamente para Deus.
Se assim acontecer, não hesites em acreditar que é Deus mesmo quem move a tua vontade e o teu desejo.
(…) Assim, estas minhas palavras, que a experiência iluminará, já te farão compreender um pouco que na contemplação não se empregam meios, e não é possível chegar àquela através destes ( pp.102-103).

Experiência, pois, de confiança total em Deus, de simplicidade. Mais uma vez cito John Main:

Estarmos, permanecermos simplesmente na sua presença (…) Simplesmente, estarmos com Ele, deixando que Ele nos transforme na pessoa que sonhou que viéssemos a ser ( 2ª Conferência, p.33).

3. Como meditar?

Para meditarmos temos de nos manter interiormente silenciosos e calmos. Precisamos de nos concentrar. O meio para conseguirmos essa quietude, essa concentração, é a simples utilização de uma palavra-oração, o mantra, tradição que nos foi legada pelos primeiros monges cristãos, os Padres do Deserto. No século IV, nos desertos do Oriente, do Egipto, Síria e Palestina, eles praticavam (como as Madres do Deserto, que também as houve) e ensinavam “ a simples disciplina da oração de uma só palavra”, uma fórmula simples “ que tinha o poder de evitar as inevitáveis distracções da mente.
O monge João Cassiano, um dos grandes mestres espirituais da Igreja Latina, que no século V compilou, num livrinho intitulado Da Oração, a doutrina espiritual que recebera dos seus mestres, monges célebres do Egipto, salienta a importância da repetição contínua de um versículo no qual nos devemos fixar :

Sim, que a alma retenha incessantemente esta fórmula, até que, fortalecida pela sua repetição constante e meditação contínua, venha a rejeitar e a recusar as riquezas e os abundantes bens de toda a espécie de pensamentos e, assim exercitada pela pobreza deste versículo, chegue, por um declive fácil, àquela bem-aventurança evangélica que detém a primazia entre todas as outras : Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt. 5,3) (Da Oração, Colação XI, p.93).

Pela meditação, integramos essa palavra sagrada na nossa vida, (para a Comunidade Mundial para a Meditação Cristã, MARANATHA, palavra aramaica que significa Vem, Senhor), integramo-la em todos os nossos actos, a fim de que ela nos conduza ao Senhor, face a Ele, à Sua presença.

Um pequeno texto da Comunidade de Meditantes do México, que adaptei, parece-me sintetizar bem O QUE É A MEDITAÇÃO?, tema que me propus tratar, e com ele termino :

A arte da meditação consiste simplesmente em aprender esta palavra, em recitá-la, fazê-la ressoar, repeti-la do princípio ao fim. É muito simples : “Ma-ra-na-tha”, quatro sílabas igualmente acentuadas. É quanto basta para aprendermos a meditar. Temos a nossa palavra sagrada, repetimo-la e permanecemos tranquilos, imóveis. Meditaremos todos os dias da nossa vida, 30 minutos de manhã e trinta minutos à noite.




Referências bibliográficas


- João Cassiano, Da Oração, trad. A. Correia Barbosa, O.S.B. Edições Ora & Labora, Mosteiro de Singeverga, 2001;
- Anónimo do séc. XIV, A Nuvem Do Não Saber, trad. Lino Marques Moreira, O.S.B., Assírio & Alvim, Lisboa, 2006;
- Marcel Driot, Os Padres Do Deserto, Paulus Editora, Lisboa, 2006;
- John Main, O.S.B., La méditation chrétienne - Conférences de Gethsémani, Méditation chrétienne du Québec, 1997;
- John Main, O.S.B., A Palavra Que Vem Do Silêncio, 2ª edição, Edições Paulinas, São Paulo, 1987;
- Laurence Freeman, O.S.B., Uma Pérola de Grande Valor, Medio Media, Brasil

domingo, outubro 08, 2006

Leitura da Semana (08/10/2006)


Duas palavras do passado" De John Main em THE HEART OF CREATION (New York: Continuum, 1998), pp. 42-44.

Os primeiros Padres monásticos logo descobriram que um dos obstáculos que todo homem e mulher que oram devem superar é o que é descrito como acedia. Acedia é um conceito psicológico relativamente complexo, mas envolve conotações de tédio, secura, falta de satisfação, um sentido de desesperança, de não lograr progredir. Acho que todos nós, em certa medida, temos familiaridade com essa manifestação do ego. De fato, o conceito de acedia é particularrmente moderno. Pessoas em nossa sociedade se entediam com facilidade. O tédio nos inquieta e nos torna inconsistentes com nossos compromissos, a todos nós. Da mesma forma como os antigos monges se dirigiam a Alexandria para um pouco de distração de vez em quando, nós também, em nossa sociedade secular, estamos à procura de distração. Aqueles de nós que descobrimos o caminho da meditação, freqüentemente sentimos uma puxada ao revés, para retirarmos nossos pescoços do jugo, para que possamos descansar por algum tempo. Todos buscamos uma diversidade porque nos cansamos da igualdade de um compromisso diário de uma peregrinação que nos põe à prova com longos períodos de rotina.

Um jovem me procurou recentemente e perguntou: ¨ Como agüenta olhar por sua janela todo dia e ver a mesma coisa? Não lhe enlouquece? Talvez a verdadeira pergunta deveria ter sido: "Como é possível olharmos pela mesma janela todo dia e ver tanto ?" Os primeiros padres sabiam que o tédio provinha do desejo, do desejo pela auto- satisfação ou pela fama, por algo novo, por uma mudança de ambiente ou atividade, por uma relação diferente, por um brinquedo novo, por qualquer coisa que seja.

A oração pura reduz o desejo. Na quietude da oração, ao nos aproximarmos da Fonte de tudo que existe, ou do que pode ser, estamos tão imbuídos de encanto que não há lugar para desejo. Não se trata de que transcendemos o desejo, mas simplesmente de que já não há espaço em nós para ele. Todo nosso espaço é preenchido com o encanto de Deus. A atenção que é dispersada ao desejarmos, é restabelecida e absorvida em Deus..

Ao meditarmos, nos desprendemos do desejo de controlar, de possuir, de dominar. Buscamos, pelo contrário, sermos apenas quem somos e, sendo quem somos, estaremos abertos ao Deus que é. Como resultado dessa abertura nos enchemos do encanto, do poder, da energia de Deus. Que é o poder e a energia de conseguir amar.[E] se amamos, é impossível estarmos entediados.

Medite por Trinta Minutos.
Sente-se confortavelmente, mas com a coluna ereta. Feche levemente os olhos. Sente-se relaxado mas atento. Em silêncio, interiormente, comece a repetir uma única palavra. Recomendamos a palavra-oração "Maranatha". Recite-a como quatro silabas de igual duração Ma-ra-na-tha, em ritmo lento. Ouça-a à medida que a pronuncia, suavemente mas continuamente. Não pense nem imagine nada - nem de ordem espiritual nem de qualquer outra ordem. Se pensamentos e imagens afluírem à mente, trate-os como distrações e simplesmente retorne à repetição da palavra.

Mesmo que você esteja distante fisicamente de outros meditantes, você está unido à eles no Espírito. Reserve meia hora toda manhã e toda tarde para os seus períodos de meditação. É uma boa idéia meditar no mesmo local tranqüilo e horário, se possível. Dessa forma seus períodos de meditação se tornam uma parte muito natural do seu dia. Seja generoso com seu tempo, seja fiel ao mantra, e partilhe nesta união silenciosa que nos une a todos no Espírito.