A BELEZA DA ORAÇÃO CONSISTE NO FACTO DE QUE O ABRIR DO NOSSO CORAÇÃO É TÃO NATURAL COMO O DESABROCHAR DE UMA FLOR. PARA QUE UMA FLOR ABRA E FLORESÇA BASTA ESPERAR; PORTANTO, SE ESPERARMOS, SE NOS AQUIETARMOS E ASSIM PERMANECERMOS QUIETOS E SILENCIOSOS, O NOSSO CORAÇÃO ESTARÁ INEVITAVELMENTE ABERTO E O ESPÍRITO BROTARÁ DENTRO DO NOSSO SER. FOI PARA ESTE FIM QUE FOMOS CRIADOS. JONH MAIN, OSB (1926-1982)

sexta-feira, dezembro 29, 2006

"Cristo é Luz" John Main OSB


Leitura da Semana (24/12/2006)




Pois o mesmo Deus que disse, "Das trevas brilhe a luz", fez sua luz brilhar em nós, para dar a luz da revelação - a revelação da Glória de Deus na face de Jesus Cristo (IICoríntios 4,6) Cristo é luz. Ele é a luz que dá amplitude e profundidade à nossa visão. Ele é ainda, na plena compreensão de sua consciência, os olhos com os quais vemos o Pai na perspectiva divina. Sem sua luz nossa visão estaria presa à dimensão parcial e nosso espírito não poderia elevar-se na infinita liberdade e clareza cristalina da existência unificada. Nossa consciência, embora maravilhosa, permaneceria uma observadora na periferia,...incompleta sem a união com a consciência dele, sem coordenação com seu Corpo.... Mas a luz que transforma nossa fraqueza, que torna nossas limitações em provação na qual seu poder atinge a perfeição, tem sido livremente dada, derramada em nossos corações como o puro brilho do Pai, porque Cristo é a luz que vem do Pai. A luz que precisamos para dar poder à nossa visão é nada menos que esta radiância, a glória de Deus propriamente...
Para aqueles de nós que, humildemente seguem a peregrinação da oração na direção desta experiência de luz, este é o único e fundamental conhecimento que precisamos....( A Presença de Cristo,pp.15-16)

quinta-feira, dezembro 14, 2006

"Os oceanos de Deus" Jonh Main OSB. The present Christ

Leitura da Semana (10/12/2006)



Nossa meditação ensina-nos o quanto cada parte de nós tem que estar totalmente envolvida na transformação radical de nossa vida. Nos ensina que temos que por todo nosso coração neste trabalho do Espírito se, genuinamente, queremos atender ao chamado para abandonar o superficial e entrar no profundo e directo conhecimento que distingue a vida vivida no mistério de Deus. Então tudo em nossas vidas adquire a dimensão profunda da presença divina. Estaremos errados se procurarmos "sinais" no caminho - isto é uma forma de materialismo espiritual que Jesus censurou - porque se estamos no caminho, o que significa no Mistério, na nuvem brilhante da presença de Deus, então todas as coisas são sinais. Tudo media o amor de Deus.
Nossas vidas não atingem total unidade enquanto não transcender-mos o nosso eu e toda a sua limitação, ao atravessar a morte. Não compreendemos inteiramente o mistério de Cristo, no qual entramos no mistério de Deus até que nossas vidas tenham se completado. Começamos a entrar nele logo que nossa consciência começa a despertar com uma percepção vital, aprendendo as leis da realidade ao aprendermos a amar e a ser amados. Mas estamos sempre a aprender, sempre a preparar-nos para a plenitude que vem para todos nós. Até que a vida de Jesus tivesse passado pela morte e retornado pela Ressurreição, este término era uma fonte de terror e desespero para a raça humana. Agora foi transformado, pois o que parecia um ponto final, foi revelado aos olhos da fé como uma passagem.
Nossa vida é uma unidade porque está centrada no mistério de Deus. Mas para vermos sua unidade precisamos ver além de nós mesmos e com uma perspectiva maior do que a que geralmente usamos, quando o auto-interesse é a nossa principal preocupação. Apenas quando começamos a abandonar o auto-interesse e a autoconsciência é que esta perspectiva mais ampla começa a abrir-se. A meditação abre para nós esta preciosa forma de conhecimento, este conhecimento que se torna sabedoria uma vez que tenhamos entrado na nuvem do mistério e uma vez que saibamos, não mais por análises e definições, mas pela participação na vida e no espírito de Cristo.