A BELEZA DA ORAÇÃO CONSISTE NO FACTO DE QUE O ABRIR DO NOSSO CORAÇÃO É TÃO NATURAL COMO O DESABROCHAR DE UMA FLOR. PARA QUE UMA FLOR ABRA E FLORESÇA BASTA ESPERAR; PORTANTO, SE ESPERARMOS, SE NOS AQUIETARMOS E ASSIM PERMANECERMOS QUIETOS E SILENCIOSOS, O NOSSO CORAÇÃO ESTARÁ INEVITAVELMENTE ABERTO E O ESPÍRITO BROTARÁ DENTRO DO NOSSO SER. FOI PARA ESTE FIM QUE FOMOS CRIADOS. JONH MAIN, OSB (1926-1982)

terça-feira, outubro 16, 2007

Em Homenagem a John Main

EM HOMENAGEM A JOHN MAIN


Celebração de uma nova


“As árvores são sagradas, quem sabe ouvi-las descobre a verdade” (H. Hesse)

“Com as primeiras árvores derrubadas começou a civilização. Com as últimas árvores derrubadas a civilização terminará” (Provérbio indiano)


1ª Leitura: Gn 1,1-2. 11-12
No princípio, quando Deus criou os céus e a terra, a terra era informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus movia-se sobre as águas. (…)
Deus disse: «Que a terra produza verdura, erva com sementes, árvores frutíferas que dêem fruto sobre a terra, segundo as suas espécies e contendo semente. E assim aconteceu. A terra produziu verdura, erva com semente, segundo a sua espécie, e árvores de fruto, segundo as suas espécies, com a respectiva semente. Deus viu que isto era bom.


2ª Leitura
Para muitos povos, culturas e religiões, a árvore foi no passado um símbolo místico, que representava a capacidade de renascer. Por exemplo, no centro dos jardins celestes descritos pelo Corão, ergue-se a árvore eleita (a Tuba); os índios da América executavam os seus rituais mais carismáticos em torno de uma árvore; foi sob um baniane, o Bo sagrado, a árvore da vida, que Buda atingiu a iluminação por estar em contacto com o eixo do mundo; e entre os egípcios, o deus da vegetação, Osíris, ressuscitaria primeiro no seio de um abeto antes de recuperar o seu corpo carnal.


3ª Leitura

Arborescer

«Recordo o senhor Leitão, amigo e defensor da Árvore, publicista que opuscularmente se produzia. O senhor Leitão postara-se ao lado da Árvore tal como alinhara com o Bem. Não há aqui pardal de troça. (...) Quando o conheci pessoalmente (primeiro, aconselhara-me com ele por correspondência sobre a forma de organizar um herbário) tive a impressão de que aquele homem já havia sido árvore, e pensei que, tal como sucede com o homem e o seu cão, Leitão incorporara à sua própria estrutura certos atributos arbóreos. Se assim era, devia existir algures, pela regra da interacção, uma árvore parecida com o homem Leitão. Afeiçoei-me tanto a essa ideia que, quando nos encontrávamos, lhe perguntava sempre:
- Então como vai, como está a sua Árvore? - Leitão sacudia os ramos e, a despassarar-se, ria.
Alexandre O'Neill, Uma coisa em forma de assim


4ª Leitura

As árvores como os livros têm folhase margens lisas ou recortadas,e capas (isto é copas) e capítulosde flores e letras de oiro nas lombadas.
E são histórias de reis, histórias de fadas,as mais fantásticas aventuras,que se podem ler nas suas páginas,no pecíolo, no limbo, nas nervuras.
As florestas são imensas bibliotecas,e até há florestas especializadas,com faias, bétulas e um letreiroa dizer: «Floresta das zonas temperadas».
É evidente que não podes plantarno teu quarto, plátanos ou azinheiras.Para começar a construir uma biblioteca,basta um vaso de sardinheiras
Jorge Sousa Braga , O Herbário


5ª Leitura

Árvores que dão pássaros
Os pássaros nascem na ponta das árvoresAs árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássarosOs pássaros são o fruto mais vivo das árvoresOs pássaros começam onde as árvores acabamOs pássaros fazem cantar as árvoresAo chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-sedeixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animalComo pássaros poisam as folhas na terraquando o Outono desce veladamente sobre os camposGostaria de dizer que os pássaros emanam das árvoresmas deixo essa forma de dizer ao romancistaé complicada e não se dá bem com a poesianão foi ainda isolada da filosofiaEu amo as árvores principalmente as que dão pássarosQuem é que lá os pendura nos ramos?De quem é a mão a inúmera mão?Eu passo e muda-se-me o coração
Ruy Belo, Homem de Palavra[s] (1970)



Oração Final

1Aclamai o Senhor, terra inteira,2Servi o Senhor com alegría,Vinde à Sua presença e exultai.
3Sabei que o Senhor é Deus:Ele nos fez e pertencemos-lhe,somos o Seu povo e as ovelhas do Seu rebanho.
4Entrai pelas Suas portas em acção de graças,Vinde aos Seus átrios com cânticos,Louvando-O e bendizendo o Seu nome.
Porque o Senhor é bom, A Sua misericórdia é eterna,A Sua fidelidade permanece de geração em geração
Salmo 99

Fundação Betânia
Sábado dia 13 de Outubro de 2007

segunda-feira, outubro 15, 2007







Comunidade Mundial para a Meditação Cristã



Ass.: ENCONTRO INTER-RELIGIOSO DE MEDITAÇÃO


Caros Amigos,

Vimos, por este meio, convidá-los a participarem no primeiro Encontro Inter-Religioso de Meditação, organizado pela Comunidade Mundial para a Meditação Cristã – Portugal, que terá lugar no dia 22 de Novembro de 2007, pelas 18,00h. no Centro Nacional de Cultura, Rua António Maria Cardoso, 68, ao Chiado.

Esta iniciativa partiu da nossa vontade de correspondermos, na medida do possível, à lista de sugestões que nos foi proposta pela WCCM do Canadá, no final do ano 2006, a fim de celebrarmos, no ano corrente, o 25º aniversário da morte de John Main.

Na verdade, a sugestão de organizarmos um evento inter-religioso pareceu-nos das mais aliciantes, não só pelo momento particularmente complicado que se vive hoje no mundo na esfera religiosa, como também, pelo pendor profundamente ecuménico e de aproximação às outras religiões, que John Main sempre manifestou. Vem a propósito citá-lo:

“A meditação como caminho de tolerância e compaixão estabelece laços de espiritualidade entre pessoas de credos distintos, entre ricos e pobres e entre todos aqueles que vivem em conflitos e divisões. “

Pareceu-nos, assim, particularmente interessante convidarmos as principais comunidades religiosas a juntarem-se a nós e a partilharmos em silêncio contemplativo o modo de cada um procurar o encontro com o Outro.

O Encontro terá início às 18,30h. com uma breve leitura espiritual de cada comunidade, seguida de um período de meditação de 25 min. Terminará com um momento de convívio informal.

Não é necessário inscreverem-se, basta aparecerem no local pelas 18,00 horas.


A Equipe Organizadora

Maria Cristina Guedes de Sousa
Manuel Lancastre
Maria José Salema
Maria Luísa Lancastre

Lisboa, 12 de Outubro de 2007